Quanto mais irá custar o Novo Banco aos contribuintes?
Parece já ter terminado, por agora, mais uma temporada da grande telenovela portuguesa cujo enredo envolve o Primeiro-Ministro, o Ministro das finanças, o Presidente da República e o Novo Banco. Mas a questão que se impõe, neste momento, é precisamente esta. Quanto mais irá custar o Novo Banco aos contribuintes?
Não há dúvida que esta foi a mais emocionante temporada de toda a grande telenovela que envolve o Novo Banco e as suas continuas injecções de capital, pelo menos até agora. Vimos António Costa proferir falsas afirmações na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa a proteger o Primeiro-Ministro e Mário Centeno isolado sem o apoio de ninguém, nem da própria bancada Socialista. Mas no final desta grande temporada onde o Executivo Socialista saiu claramente fragilizado, o Novo Banco conseguiu sair a ganhar, passando discretamente pelos pingos da chuva e dando à sola com mais 850.000.000€, dinheiro esse pertencente a todos nós, os contribuintes.
Mas vamos por partes. Comecemos pelo inicio.
António Costa garantiu a todos os parlamentares em geral, à deputada Catarina Martins em particular, que não seria injectado mais dinheiro dos contribuintes no Novo Banco, isto em plena sessão plenária. Para seu azar, nesse mesmo dia veio a público que o CR7 das finanças, Mário Centeno, tinha dado a autorização para que fossem transferidos estes 850.000.000€ para os cofres do Novo Banco. Mais tarde António Costa disse que nada sabia. A bancada Socialista fez-se ouvir e tentou tirar a grande bomba do seu colo, mas o estrago já estava feito e Marcelo, numa tentativa desesperada de salvar António Costa e de camuflar mais uma prova de incompetência do Primeiro Ministro que mostrou não saber o que se passa dentro do seu governo, parte ao ataque contra o ministro das finanças.
A oposição junta-se a Marcelo e mostra que o ministro não tem condições para continuar no governo, mas no final, uma reunião entre António Costa e Centeno bastou para que se reconciliassem, reunião essa que levou o Presidente, que antes o tinha criticado, a dizer que " devíamos estar gratos a Centeno ".
No meio desta barafunda toda, dentro do parlamento ainda vimos PS a tentar desculpar os erros de agora com os erros do Governo PSD/CDS face à resolução do Banco Espírito Santo, PSD/CDS a defenderem-se e a tentarem focar o debate no que se estava a discutir ali e João Cotrim de Figueiredo, deputado único da Iniciativa Liberal, a por ordem no debate.
Terminada, por agora, esta grande história, há que dizer o seguinte. Fomos todos feitos de tolos. Porque enquanto estávamos ocupados a atribuir culpas, permitimos que o Novo Banco ficasse impune e não nos fosse esclarecido o porquê destes 850.000.000€ terem sido aprovados sem a auditoria estar completa. Porque, efectivamente, estava a ser realizada uma auditoria para avaliar o Novo Banco e o seu estado, mas foi simplesmente ignorada terminando o dinheiro por ser transferido e o contribuinte sem saber o porquê. Deveríamos ter exigido saber o porquê destes milhões terem sido transferidos sem a auditoria ter sido terminada, afinal de contas, o dinheiro usado é dinheiro descontado todos os meses por todos nós.
O dinheiro iria ser transferido de qualquer das formas porque foi aprovado no Orçamento de Estado, mas era suposto que esse dinheiro fosse transferido depois da auditoria terminar, ou seja, em Junho!
As culpas? Essas seriam atribuídas com o tempo, embora todos nós saibamos que os grandes culpados são Mário Centeno, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, que achou que seria bom tomar partido do Primeiro Ministro, quando ambos estavam errados. O Executivo saiu fragilizado e, no limiar da situação, a própria República saiu fragilizada.
E digo que a República sai fragilizada porque quando o seu representante máximo se expõe desta forma neste tipo espectáculo lamentável e que, a certo ponto, goza e faz um total escárnio do povo Português, a República perde toda a sua credibilidade.
Alguma vez, numa Monarquia o governante dar-se-ia a este tipo de espectáculos e aceitaria que o seu povo fosse feito de tolo? Não creio.
Julgo, dentro do meu entender, que Centeno, de facto, não tem capacidade para continuar como ministro das finanças. Um ministro que aldraba as datas e que transfere estes milhões de euros sem ter a auditoria completa, é, no mínimo incapaz de deter em suas mãos um cargo como este.
António Costa não tinha antes, nem tem agora capacidade para continuar como Primeiro Ministro, aliás, certo estou que este governo não dura mais de dois anos.
Marcelo Rebelo de Sousa deveria seriamente reconsiderar a sua candidatura à presidência. Não me parece que Marcelo esteja apto para, depois de se permitir expor a este e outros espectáculos e uma quantidade de erros que davam uma lista enorme, ser reeleito presidente.
O Novo Banco, como sendo banco privado não deve ser injectado com capital público, ou seja, com dinheiro dos contribuintes. Se está falido, então resuma-se à sua posição e caia! O povo não tem de sustentar bancos às portas da morte.
Não se deve nacionalizar o banco, como diz Catarina Martins do Bloco de Esquerda, pois dessa forma os prejuízos do banco seriam públicos e os contribuintes continuariam a paga-lo. Antes, deveria se seguir a forma liberal de resolver este tipo de assuntos, ou seja, deixe-se o banco ir à falência, afinal de contas, prejuízos privados não são pagos - ou não devem ser pagos - com dinheiro de todos nós.
Termino dizendo. Não podemos deixar que continuem a fazer de nós tolos! Porque o povo Português nada tem de parvo. Se os lucros são privados, também devem ser os prejuízos. Não tem de ser o povo a pagar a incompetência dos gestores do Novo Banco. Assim sendo, e respondendo à questão que eu próprio lancei no inicio deste artigo. O Novo Banco já custou demasiado aos Portugueses, pelo que acho que é hora de deixar de assaltar os contribuintes. Mas infelizmente, com o PS no governo, custará muito mais aos Portugueses.
18.05.2020
Foto do Jornal Online "Observador" |
Não há dúvida que esta foi a mais emocionante temporada de toda a grande telenovela que envolve o Novo Banco e as suas continuas injecções de capital, pelo menos até agora. Vimos António Costa proferir falsas afirmações na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa a proteger o Primeiro-Ministro e Mário Centeno isolado sem o apoio de ninguém, nem da própria bancada Socialista. Mas no final desta grande temporada onde o Executivo Socialista saiu claramente fragilizado, o Novo Banco conseguiu sair a ganhar, passando discretamente pelos pingos da chuva e dando à sola com mais 850.000.000€, dinheiro esse pertencente a todos nós, os contribuintes.
Mas vamos por partes. Comecemos pelo inicio.
António Costa garantiu a todos os parlamentares em geral, à deputada Catarina Martins em particular, que não seria injectado mais dinheiro dos contribuintes no Novo Banco, isto em plena sessão plenária. Para seu azar, nesse mesmo dia veio a público que o CR7 das finanças, Mário Centeno, tinha dado a autorização para que fossem transferidos estes 850.000.000€ para os cofres do Novo Banco. Mais tarde António Costa disse que nada sabia. A bancada Socialista fez-se ouvir e tentou tirar a grande bomba do seu colo, mas o estrago já estava feito e Marcelo, numa tentativa desesperada de salvar António Costa e de camuflar mais uma prova de incompetência do Primeiro Ministro que mostrou não saber o que se passa dentro do seu governo, parte ao ataque contra o ministro das finanças.
A oposição junta-se a Marcelo e mostra que o ministro não tem condições para continuar no governo, mas no final, uma reunião entre António Costa e Centeno bastou para que se reconciliassem, reunião essa que levou o Presidente, que antes o tinha criticado, a dizer que " devíamos estar gratos a Centeno ".
No meio desta barafunda toda, dentro do parlamento ainda vimos PS a tentar desculpar os erros de agora com os erros do Governo PSD/CDS face à resolução do Banco Espírito Santo, PSD/CDS a defenderem-se e a tentarem focar o debate no que se estava a discutir ali e João Cotrim de Figueiredo, deputado único da Iniciativa Liberal, a por ordem no debate.
Terminada, por agora, esta grande história, há que dizer o seguinte. Fomos todos feitos de tolos. Porque enquanto estávamos ocupados a atribuir culpas, permitimos que o Novo Banco ficasse impune e não nos fosse esclarecido o porquê destes 850.000.000€ terem sido aprovados sem a auditoria estar completa. Porque, efectivamente, estava a ser realizada uma auditoria para avaliar o Novo Banco e o seu estado, mas foi simplesmente ignorada terminando o dinheiro por ser transferido e o contribuinte sem saber o porquê. Deveríamos ter exigido saber o porquê destes milhões terem sido transferidos sem a auditoria ter sido terminada, afinal de contas, o dinheiro usado é dinheiro descontado todos os meses por todos nós.
O dinheiro iria ser transferido de qualquer das formas porque foi aprovado no Orçamento de Estado, mas era suposto que esse dinheiro fosse transferido depois da auditoria terminar, ou seja, em Junho!
As culpas? Essas seriam atribuídas com o tempo, embora todos nós saibamos que os grandes culpados são Mário Centeno, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, que achou que seria bom tomar partido do Primeiro Ministro, quando ambos estavam errados. O Executivo saiu fragilizado e, no limiar da situação, a própria República saiu fragilizada.
E digo que a República sai fragilizada porque quando o seu representante máximo se expõe desta forma neste tipo espectáculo lamentável e que, a certo ponto, goza e faz um total escárnio do povo Português, a República perde toda a sua credibilidade.
Alguma vez, numa Monarquia o governante dar-se-ia a este tipo de espectáculos e aceitaria que o seu povo fosse feito de tolo? Não creio.
Julgo, dentro do meu entender, que Centeno, de facto, não tem capacidade para continuar como ministro das finanças. Um ministro que aldraba as datas e que transfere estes milhões de euros sem ter a auditoria completa, é, no mínimo incapaz de deter em suas mãos um cargo como este.
António Costa não tinha antes, nem tem agora capacidade para continuar como Primeiro Ministro, aliás, certo estou que este governo não dura mais de dois anos.
Marcelo Rebelo de Sousa deveria seriamente reconsiderar a sua candidatura à presidência. Não me parece que Marcelo esteja apto para, depois de se permitir expor a este e outros espectáculos e uma quantidade de erros que davam uma lista enorme, ser reeleito presidente.
O Novo Banco, como sendo banco privado não deve ser injectado com capital público, ou seja, com dinheiro dos contribuintes. Se está falido, então resuma-se à sua posição e caia! O povo não tem de sustentar bancos às portas da morte.
Não se deve nacionalizar o banco, como diz Catarina Martins do Bloco de Esquerda, pois dessa forma os prejuízos do banco seriam públicos e os contribuintes continuariam a paga-lo. Antes, deveria se seguir a forma liberal de resolver este tipo de assuntos, ou seja, deixe-se o banco ir à falência, afinal de contas, prejuízos privados não são pagos - ou não devem ser pagos - com dinheiro de todos nós.
Termino dizendo. Não podemos deixar que continuem a fazer de nós tolos! Porque o povo Português nada tem de parvo. Se os lucros são privados, também devem ser os prejuízos. Não tem de ser o povo a pagar a incompetência dos gestores do Novo Banco. Assim sendo, e respondendo à questão que eu próprio lancei no inicio deste artigo. O Novo Banco já custou demasiado aos Portugueses, pelo que acho que é hora de deixar de assaltar os contribuintes. Mas infelizmente, com o PS no governo, custará muito mais aos Portugueses.
18.05.2020
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