Patriotismo?
O Portugal do século XXI está cheio de homens que passam a vida a berrar aos quatro ventos o seu patriotismo. Seja através de cartazes onde falam da sua política Patriótica, seja através de discursos baratos contra uma parte especifica da população sem motivos que o justifiquem, seja por existir uma necessidade disparatada de criar um apoio inquestionável ao governo em tempos de crise. Mas destes, o mais perigoso será André Ventura, procurador desesperado por atenção mediática e disposto a tudo para chegar ao poder.
As presidenciais caminham a passos largos e o leque de homens e mulheres a candidatarem-se à presidência é maior a cada dia, mas os perigos populistas e demagogos apareceram em força. Seja com o PCP a lutar desesperadamente para se manter à tona e com o BE a roubar-lhe o eleitorado jovem, seja com o CHEGA de André Ventura que promove um discurso barato, simplista mas populista, demagogo e perseguidor de minorias étnicas como forma de culpar estes pelo estado da nação. Muitos já o fizeram ao longo da história, e André Ventura está a seguir o mesmo exemplo.
Poderia falar do PCP, dado que é igualmente perigoso derivado da sua ideologia genocida, mas o PCP está em vias de extinção, pelo que, por si só, já não representa um real perigo à democracia como representou durante o PREC e durante os anos seguintes. É, sem dúvida, importante relembrar o passado para não repetir os erros do futuro, pelo que hoje falarei de André Ventura, o eminente perigo à democracia, mascarando o seu racismo e xenofobia de patriotismo e indo contra tudo o que defende de forma a chegar ao poder.
André Ventura diz-se e contradiz-se, fala e retira o que disse em tempos, mostra e esconde o que defende conforme a sua vontade e conforme a conveniência que tal acto lhe trará em termos eleitorais e mediáticos. Um homem como este não é patriota nem por nada. Aquele que se considera patriota, primeiramente defende todos os portugueses sem excepção, posteriormente, não olha a etnia ou sexualidade de alguém como forma de atacar alguém ou fazer daquele ser um apátrida e, no fim, mostrará o que defende sem olhar a eleitoralismos. O patriota é o que defende a pátria e o que defende a pátria defende o povo que todos os dias faz valer o nome da nação, os seus símbolos e a cultura e nunca o oposto.
Pois bem, como poderá André Ventura considerar-se um patriota se não cumpre metade destes requisitos? Como pode sequer afirmar convictamente que defende o povo Português se passa a vida a atacar os Portugueses que não são exclusivamente caucasianos? Como pode André Ventura afirmar-se patriota quando, em estilo de campanhas difamatórias, ataca Ana Gomes chamando-a de "Candidata cigana" ( sendo que os ciganos são cidadãos portugueses, não tivessem eles em Portugal à varias gerações )
André Ventura é um homem nacionalista, com claríssimos tiques autoritários e, acima de tudo, um homem capaz de tudo para atingir o poder.
Homens como este devem preocupar todos nós, pois foram homens sedentos pelo poder que conduziram países a políticas terríveis que tantas vezes deixaram o povo à sua sorte, sem apoio de nada nem de ninguém.
Infelizmente, o radicalismo da Direita tem aumentado assustadoramente por toda a Europa. Olhe-se Salvini em Itália, Le Pen em França, Orban na Hungria e todos eles partilham da mesma característica de André Ventura, que é, gerar o medo e receio na população, culpar um grupo de pessoas e usar desse medo gerado através de argumentos simples e falaciosos para crescer. A maioria destes assume-se como Extrema-Direita e pelo menos Marine Le Pen declarou publicamente apoio a André Ventura.
Mas a questão que se põe é: Como combatemos André Ventura? Como acabamos de vez com o crescimento do Chega e de André Ventura?
A resposta é simples, mas a simplicidade das palavras não representa o trabalho em si.
Primeiramente, desconstruir os argumentos de Ventura. Não se combate o extremismo destas ignorando-as nem tão pouco menosprezando-as, mas sim através de debates onde o lado democrata da força terá de mostrar as suas propostas eficazes, úteis ao país e patrióticas.
Em segundo lugar, combater a corrupção que mina a confiança dos Portugueses na democracia.
Em terceiro, liberalizando-se mais o país. Nos países mais liberais, a desigualdade é menor, a confiança nas instituições democráticas é maior e a corrupção é quase inexistente.
André Ventura não é patriota, mas sim nacionalista. Só lhe interessa defender o povo enquanto isso lhe trouxer protagonismo, porque o que o seu programa eleitoral indica é que, com o Chega, os Portugueses vão passar um mau bocado.
Em França, quando Macron e Le Pen estavam frente-a-frente no debate decisivo, Macron disse que Le Pen tinha medo que a França não fosse capaz de lidar com os desafios que o mundo moderno traria.
Com André Ventura é exactamente o mesmo. E o povo Português, felizmente, nunca teve medo. Nos tempos que correm não pode ser diferente.
Em 2021 Portugal tem a hipótese de mostrar que não tem medo, quer quer mudança mas rejeita e repugna os extremismos. As presidenciais vão ser muito concorridas, mas o povo pode contar com a IL, um partido verdadeiramente patriota, que não tem medo e quer o melhor para os portugueses.
19.09.2020
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